'Luxemburro’? A noite em que Vanderlei Luxemburgo derrotou o Flamengo
Mário Magalhães (UOL)
06/11/2014 10:40
Descarrilado
do contexto, o título acima configuraria covarde injustiça com Vanderlei
Luxemburgo, o “Luxemburro'' das rodas de conversa desta manhã, a começar pelo
radiante porteiro tricolor do meu prédio, e mais avacalhado ainda nas lamúrias
depressivas com que nós, rubro-negros, teimamos em exumar a inacreditável noite
em que o pessoal do “eu acredito'' nos atropelou no Mineirão _com méritos
incontestes.Primeiro, quem bateu o Flamengo por 4 a 1 foi o valente time do
Atlético, anabolizado por uma torcida espetacular.Depois, porque antes da
chegada do Vanderlei o Flamengo se debatia na zona de rebaixamento do
Campeonato Brasileiro, no qual permanecerá, com a legitimidade de quem dispensa
tapetões, na primeira divisão em 2015. Muito em virtude da arrumação que o
treinador decadente fez na equipe.Luxemburgo renasceu no Flamengo, que se
salvou conduzido por ele.É provável que, sem o antigo lateral-esquerdo reserva
do Junior, não tivéssemos alcançado a semifinal da Copa do Brasil e os 2 a 0 na partida de ida, no
Maracanã.Este é o contexto: o clube teve mais vantagens do que desvantagens com
a atual passagem do Vanderlei, com “v'' e “i'', pela Gávea e pelo Ninho do
Urubu.Enfatizadas as ressalvas, a eliminação de ontem teve a contribuição
decisiva de erros abissais do Luxa.O time se ressentiu da ausência do seu
capitão, Leo Moura. O lateral-direito se contundiu domingo, contra a
Chapecoense, quando deveria ter sido poupado para a partida que valia a ida à
decisão do torneio cujo campeão disputa a Libertadores.Sufocado pelo galo
forte, o Flamengo fez 1 a
0 e ameaçava o time da casa com a rapidez de Everton e Nixon.Pois Vanderlei
retirou-os na segunda etapa, e muito cedo.Por um lado, incentivou os alvinegros
a nos acossarem ainda mais. Por outro, tornou o Flamengo estéril para
contra-atacar.
Todo
mundo sabe das limitações do elenco, o que não justifica o ingresso de Mattheus
e Elton. O primeiro continua a ser _tomara que deixe_ apenas o filho do Bebeto.
O segundo se arrasta em seu ocaso no futebol. Jogamos com nove boa parte da
segunda etapa.Será que, treinando o time no dia-a-dia, o Vanderlei não sabe
quem é quem?Com o ingresso do Luiz Antônio, passamos a somar quatro volantes.
Para defender, muito bem. O problema seria se o galo chegasse ao quarto gol.
Como faríamos o nosso?
Claro
que o Luxa não é o único responsável. Por que o Eduardo Silva tinha que fazer
uma graça, calcanhar estúpido, para ceder a bola com que o Atlético desempatou?E
a ausência do Gabriel, baleado, também nos custou muito.
No
entanto, do ponto de vista rubro-negro, o fundamental foi a retranca excessiva
e as desastrosas substituições do Luxemburgo.Com suas invenções, não vimos mais
a bola, e atordoados permanecemos.O Vanderlei não é Luxemburro, mas ontem teve
um dos piores desempenhos de sua carreira.Técnico decide jogo, sim.
Parabéns,
galo.E parabéns aos jogadores rubro-negros, que contra um adversário melhor
honraram o hino ancestral: “Flamengo, tua glória é lutar!''.
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