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12 dezembro 2014

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Cartolas do vôlei desviaram até premiação por ouro olímpico em Londres-2012

Daniel Brito
Do UOL, de Brasília
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  • AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV
    Ary Graça (de azul, no centro) vibra com o ouro: premiação não chegou aos atletas
    Ary Graça (de azul, no centro) vibra com o ouro: premiação não chegou aos atletas

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Os cartolas da Confederação Brasileira de Vôlei não pouparam nem sequer os atletas campeões com a seleção brasileira nos anos de 2012 e 2013. Os relatórios divulgados pela CGU (Controladoria Geral da União) apontaram que até a premiação em dinheiro que deveria ser distribuída a jogadores e comissão técnica foi desviada e não contemplou os atletas.
A CBV deveria distribuir, a seus critérios, R$ 4.6 milhões aos atletas que atingissem os objetivos da temporada 2012, que eram basicamente a Liga Mundial, o Grand Prix e os Jogos Olímpicos de Londres. O recurso também deveria ser compartilhado às seleções de base em competições internacionais.
A equipe masculina, comandada por Bernardinho, foi muito mal na Liga Mundial (não terminou entre os quatro primeiros da Liga). No Grand Prix, o time feminino, do técnico José Roberto Guimarães, foi vice-campeão, perdendo a final para os EUA. Em Londres-12, as meninas ficaram com o ouro, enquanto que os homens terminaram com a prata.
Assim, a CBV deveria ratear esse total de R$ 4.6 milhões entre jogadores e comissão técnica a partir do desempenho em 2012.
Enquanto os brasileiros que batalharam pelo país nas quadras tiveram de dividir R$ 1.8 milhão, os cartolas desviaram R$ 2.8 milhões. Ou seja, 61% do que deveria ser dos atletas teve destino diferente.
O destino da premiação de 2013 também não foi a conta bancária dos atletas. Dos R$ 6 milhões que a CBV tinha, por contrato, que utilizar como bonificação por performance, R$ 4.7 milhões foram usados com essa finalidade. Ou seja, 77% do total.
A equipe da Controladoria identificou que, ao mesmo tempo em que o bônus passou a não ser inteiramente distribuído, houve um aumento de despesas administrativas e operacionais entre 2010 e 2013 em percentuais muito maiores que os índices inflacionários do período. E foi justamente nesse contexto que a CBV contratou empresas de dirigentes, ex-dirigentes e de seus parentes.
"Os atletas estão se manifestando [nas redes sociais] de forma prejudicial ao voleibol, mas nunca falaram do bônus. A CBV sempre ultrapassou o valor oferecido como bônus. Sempre pagamos a mais. Temos outros patrocinadores que também contribuem com esse pagamento", disse o atual superintendente da confederação, Neuri Barbieri, ao programa Redação Sportv, na manhã desta sexta-feira (12).
O Banco do Brasil anunciou na quinta-feira (11) que interrompeu o repasse de verbas à Confederação Brasileira de Vôlei, de quem é patrocinador desde 1991. A decisão ocorreu no dia da divulgação do relatório da Controladoria Geral da União.
O órgão do governo federal apontou irregularidades em contratos que, juntos, somam R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013 pela CBV com verba advinda do patrocínio do banco estatal. Ao verificar a gestão da confederação e o destino dado aos recursos federais obtidos, os auditores da CGU detectaram treze contratos com irregularidades. O contrato de patrocínio era no valor de R$ 70 milhões.

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