SEGUIDORES

10 fevereiro 2015

RENATO MAURICIO PRADO /// O GLOBO

Enviado por Renato Maurício Prado -
A boçalidade não pode vencer

 No final das contas, o clássico entre Palmeiras e Corinthians não teve torcida única, mas as maiores brigas que aconteceram no Allianz Parque e em seu entorno, no domingo passado, não foram confrontos entre torcedores dos dois times, mas uma autêntica batalha campal dos palmeirenses com a Polícia, do lado de fora, e, lá dentro, um charivari entre facções de torcida do Timão.
Já vimos cenas semelhantes por aqui e o que fica cada vez mais evidente é que a boçalidade dos marginais que vão aos campos de futebol para brigar, e não para torcer pelos seus times, está aumentando cada vez mais. Da página do amigo e brilhante companheiro de profissão, Wanderley Nogueira, no Facebook, reproduzo o assustador texto do advogado paulista Douglas Mondo.
“Estava com meus sobrinhos, minha filha e meu genro no Shopping Bourbon, ao lado da Arena Palmeiras, e lá havia inúmeros torcedores do Palestra. De repente, um pai entrou correndo na loja em que estávamos. Estava sendo perseguido por vários palmeirenses. Tudo porque o filhinho dele usava um boné do Timão. Os idiotas atacaram a criança e o pai buscou socorro na loja. Mesmo assim, os “torcedores” entraram e o fizeram entregar o chapéu do garotinho. Todos, em volta, se apavoraram. E o que mais chamou a atenção, além da animalesca atitude, foram os olhares dos invasores: ódio mortal, como se estivessem em atitude de guerra. Acho que a violência das torcidas não será jamais aplacada. A idiotice venceu!!!”
Não podemos, entretanto, aceitar esta derrota. É preciso coibir de alguma forma esse tipo de vandalismo e exemplos bem-sucedidos, como o da Inglaterra, combatendo os Hooligans, estão aí mesmo para serem colocados em prática.
O problema é que no Brasil, como ressaltei na coluna passada, a impunidade continua a campear. Baderneiros são presos e, no máximo, poucos dias depois já estão novamente nas ruas e nos estádios. Brigando, como sempre.
Algumas iniciativas, entretanto, podem ajudar. Duas delas, tomadas por dirigentes de clubes, são altamente elogiáveis. O Internacional, por exemplo, sediará o próximo Gre-Nal e não o fará com torcida única. Mas além de ceder os tradicionais 10% do total, para que o Grêmio venda aos seus torcedores, criou uma outra promoção, de dois mil ingressos, que poderão ser comprados por colorados para levar amigos gremistass ao jogo. É uma forma inteligente de incentivar a convivência dos torcedores rivais. Como na Copa. Uma sacada e tanto.
Sport e Náutico foram ainda mais criativos. No clássico de domingo passado, mães de torcedores das organizadas dos dois clubes foram convidadas a assistir à partida, na nova Arena Pernambuco, e, devidamente, uniformizadas com coletes de “mamãe” também criaram uma espécie de cordão de isolamento entre os dois lados.
Seria também de bom tom que os clubes de futebol acabassem com uma das normas mais odiosas e estúpidas em suas sedes — aquela que proíbe que crianças usem camisas de clubes rival em suas dependências. E com este tipo de discriminação que começa e se alimenta a rivalidade doentia. Será tão difícil perceber o óbvio?


Equilíbrio

Pelo que se pode ver nas três primeiras rodadas do Carioquinha, os quatro grandes estão jogando mais ou menos a mesma coisa e o Volta Redonda é a maior ameaça a duas semifinais com clássicos.
O Fluminense segue um passinho à frente, graças a ótimos jogadores como Fred, Jean, Wagner e o goleiro Diego Cavallieri, remanescentes dos tempos de fartura da Unimed.
As diferenças, porém, são muito pequenas, para garantir favoritismos. Qualquer um dos quatro que vencer não será zebra. Surpresa será , se não chegarem reforços, um carioca brigar pelo título brasileiro ou mesmo por vaga na Libertadores.


Na hora certa

Vanderlei está certo em fazer experiências agora. Os estaduais viraram jogos-treinos pós pré-temporada. Eduardo da Silva e Gabriel, em forma, podem ser titulares, sim. E ainda tem o Paulinho, em fase final de recuperação de uma cirurgia.


Golaço

Estádio Nílton Santos! Tudo a ver. A Enciclopédia do Futebol merecia ter presenciado esta homenagem vivo e lúcido. Mas lá de cima deve estar sorrindo, timidamente, como era o seu jeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MESMO QUE NÃO TENHA TEMPO COMENTE. SUA VISITA É
MUITO IMPORTANTE E SEUS COMENTÁRIOS TAMBÉM...
ANÔNIMOS ACEITOS, DESDE QUE NÃO OFENSIVOS. UMA COISA IMPORTANTE: AS CAPTCHAS NÃO TÊM DIFICULDADE PARA AS PESSOAS. AS LETRAS OU SÃO MAIÚSCULAS OU MINÚSCULAS, NÚMEROS SEMPRE IGUAIS. CASO NÃO ENTENDA HÁ UMA RODINHA PARA V. MUDAR ATÉ ACHAR MELHOR.OBRIGADO.