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04 março 2015

O PERDÃO (inspirado na Bíblia) // ISABEL VIEIRA

Festa do Perdão- Barosa 31-01-2015
"Festa do Perdão- Barosa 31-01-2015

  “Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai:” Pai, dá-me a parte dos meus bens que me corresponde.” E o pai repartiu os bens entre os dois. Pouco dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país  e ele começou a passar privações.
  Então, foi-se colocar ao serviço de uma um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com algumas alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
  E, caindo em si, disse:” Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com o meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.” E, levantando-se, foi ter com o pai,
   Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos… Disse aos servos: “ Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha, dai-lhe o anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.” E a festa principiou.”
                                                                                                 ( Lc 15, 11-24) 

    O perdão tem a cor do céu e é suave. Ou talvez mais do que isso. Ou talvez nem seja nada disso. Mas sei que tem o céu dentro dele e que nos toca devagarinho e depois mais depressa. Sei que nos torna muito leves. Disso, eu tenho a certeza. A ideia de os balões cheios de hélio foi excelente. Porque a pessoa eleva-se e vai cair direitinha na mão de Deus.
  O perdão vem de Deus e é por isso que nos rodeia, que nos aflora, que nos penetra até ao âmago. O âmago é uma palavra poderosa porque está circunscrita ao mais profundo de nós. Ninguém lá consegue chegar a não ser Deus. O perdão é como uma seta que vai direitinha a esse âmago que Deus vai moldando, conforme a Sua e a nossa vontade. Falo na nossa vontade porque nunca vi ninguém mais teimoso do que Deus.” Pedro, amas-me?” Jesus fez esta pergunta a Pedro três vezes. E três vezes Pedro respondeu que sim. Que necessidade tinha Jesus de fazer esta pergunta, senão fosse para criar uma intimidade e um compromisso ainda maior? Uma espécie de dependência de nós, que só pode ser entendida em termos de um amor infinito. Porque Deus é algo de muito íntimo que se transforma  em necessidade absoluta, mas precisa que lhe abramos a nossa intimidade. Sem isso, nada feito. Eu sei-o por experiência própria. É por isso que eu digo que não há ninguém mais teimoso do que Deus. Ele só descansa quando nos tem na mão. Maneira de falar. O que eu queria dizer é que Deus não desiste de  desatravancar todas as portas que ligam o labirinto que existe dentro de nós. É por isso que nos perdemos, mesmo sem termos saído de casa porque não é o que entra dentro de nós que nos entulha, mas o que sai de dentro de nós. O perdão desentulha e transforma o labirinto da nossa existência num campo aberto onde a leveza do nosso ser nos permite planar ou até ir mais longe. Riscar o infinito e ficar mais perto de Deus. Tão perto que não se sabe onde acaba Deus e começamos nós. 
  Pensei naquele balão que ficou preso a um raminho da árvore. Porque não voou ele como os outros? É preciso dizermos e sermos TUDO sem reservas. Se negociamos com Deus a nossa entrega, a amplitude do nosso campo aberto deixa de existir e ficamos presos a um galho qualquer do nosso âmago. Porque o âmago é o cerne da nossa essência. É lá que está o bem e o mal. O sim e o não! 
  As crianças entendem isto muito bem. Porque elas são amplitude e voo transcendente por natureza. Eu bem vi como elas estavam no domingo. Estavam felizes e mais serenas. O trigo, nos vasos, tinha crescido a cem por um. E eu gostei daquele espécie de porosidade que lhes observei nos olhos e nos modos.  Não é preciso pensar muito para descobrir o segredo desta sublime transformação. A deles a minha! Eu vi que os meninos, tal como eu, tínhamos absorvido tudo o que havia para absorver: ar, leveza, amor e perdão! 
 04-02-2014
  Isabel Vieira"



“Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai:” Pai, dá-me a parte dos meus bens que me corresponde.” E o pai repartiu os bens entre os dois. Pouco dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.

Então, foi-se colocar ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com algumas alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.

E, caindo em si, disse:” Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com o meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.” E, levantando-se, foi ter com o pai,

Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos… Disse aos servos: “ Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha, dai-lhe o anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.” E a festa principiou.”
( Lc 15, 11-24)



O perdão tem a cor do céu e é suave. Ou talvez mais do que isso. Ou talvez nem seja nada disso. Mas sei que tem o céu dentro dele e que nos toca devagarinho e depois mais depressa. Sei que nos torna muito leves. Disso, eu tenho a certeza. A ideia de os balões cheios de hélio foi excelente. Porque a pessoa eleva-se e vai cair direitinha na mão de Deus.
O perdão vem de Deus e é por isso que nos rodeia, que nos aflora, que nos penetra até ao âmago. O âmago é uma palavra poderosa porque está circunscrita ao mais profundo de nós. Ninguém lá consegue chegar a não ser Deus. O perdão é como uma seta que vai direitinha a esse âmago que Deus vai moldando, conforme a Sua e a nossa vontade. Falo na nossa vontade porque nunca vi ninguém mais teimoso do que Deus.” Pedro, amas-me?” Jesus fez esta pergunta a Pedro três vezes. E três vezes Pedro respondeu que sim. Que necessidade tinha Jesus de fazer esta pergunta, senão fosse para criar uma intimidade e um compromisso ainda maior? Uma espécie de dependência de nós, que só pode ser entendida em termos de um amor infinito. Porque Deus é algo de muito íntimo que se transforma em necessidade absoluta, mas precisa que lhe abramos a nossa intimidade. Sem isso, nada feito. Eu sei-o por experiência própria. É por isso que eu digo que não há ninguém mais teimoso do que Deus. Ele só descansa quando nos tem na mão. Maneira de falar. O que eu queria dizer é que Deus não desiste de desatravancar todas as portas que ligam o labirinto que existe dentro de nós. É por isso que nos perdemos, mesmo sem termos saído de casa porque não é o que entra dentro de nós que nos entulha, mas o que sai de dentro de nós. O perdão desentulha e transforma o labirinto da nossa existência num campo aberto onde a leveza do nosso ser nos permite planar ou até ir mais longe. Riscar o infinito e ficar mais perto de Deus. Tão perto que não se sabe onde acaba Deus e começamos nós.
Pensei naquele balão que ficou preso a um raminho da árvore. Porque não voou ele como os outros? É preciso dizermos e sermos TUDO sem reservas. Se negociamos com Deus a nossa entrega, a amplitude do nosso campo aberto deixa de existir e ficamos presos a um galho qualquer do nosso âmago. Porque o âmago é o cerne da nossa essência. É lá que está o bem e o mal. O sim e o não!
As crianças entendem isto muito bem. Porque elas são amplitude e voo transcendente por natureza. Eu bem vi como elas estavam no domingo. Estavam felizes e mais serenas. O trigo, nos vasos, tinha crescido a cem por um. E eu gostei daquele espécie de porosidade que lhes observei nos olhos e nos modos. Não é preciso pensar muito para descobrir o segredo desta sublime transformação. A deles e a minha! Eu vi que os meninos, tal como eu, tínhamos absorvido tudo o que havia para absorver: ar, leveza, amor e perdão!
04-02-2014
Isabel Vieira

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