O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou que, caso se confirmem as presenças na lista da Lava Jato dos nomes do presidente do Senado Renan Calheiros e da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o julgamento será no plenário da casa máxima do judiciário, e não nas turmas. "A previsão do regimento interno é que a incumbência para tocar o inquérito em si é do plenário, e não da turma", se os principais líderes do Legislativo estiverem envolvidos, explicou Mello em entrevista exclusiva à Jovem Pan nesta quarta (04).

Ou seja, todos os ministros do Supremo analisariam o caso, e não apenas o grupo de quatro ministros (aguarda o substituto de Barbosa) da Segunda Turma, encabeçada por Teori Zavascki, que nesta terça (03) à noite recebeu do procurador-geral da República Rodrigo Janot 28 pedidos de abertura de inquéritos para investigar 54 pessoas supostamente envolvidas nos desvios na Petrobras, entre os quais políticos.

Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados oficialmente, embora se especule sobre a lista, com figuras como Calheiros, Cunha e o ex-presidente e senador Fernando Collor. Mello, no entanto, acredita que o ministro Zavascki tornará pública a relação dos envolvidos. "Uma coisa é você ter certos dados mantidos em sigilo, como no caso da delação premiada", disse. "Outra coisa é o inquérito, com o nome dos envolvidos", comparou o ministro. "Transparência acima de tudo", defendeu Marco Aurélio Mello