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27 abril 2015

AS HORROROSAS MÚSICAS E LETRAS DE HOJE EM DIA

Na Mira do Regis

Até quando teremos que suportar letras horríveis na música brasileira?



Ontem foi feriado e, por um daqueles acasos que sempre fazem a gente pensar, passei o dia inteiro ouvindo antigos álbuns de música brasileira para um texto que estou escrevendo aqui para este tão nobre espaço dentro do Yahoo. Só que, a medida que ia ouvindo aquelas preciosidades, me dei conta que uma questão começou a martelar a minha velha cabeça com cabelos bem grisalhos: quando foi que a música brasileira começou a ser dominada por letras horríveis?
É… Você já tinha parado para pensar nisto?
Pois eu parei a audição de ontem por um momento para refletir a respeito disto.
Tente identificar uma canção nacional que esteja fazendo sucesso atualmente que tenha uma letra que não seja endereçada a alguém que sofra de um retardamento mental. E quando escrevo “sucesso”, isto significa a imensa variedade de músicas que andam por aí a tocar incessantemente nos programas de TVs e nas rádios do mainstream. Sei muito bem que no underground e nos “circuitos dos SESCs da vida” ainda tem pouca gente talentosa neste quesito, mas… E na atual “MPB”, que chamo de “música popularesca brasileira”? É possível citar uma única canção que não tenha uma letra meramente ginasial? Tentei lembrar alguma, mas desisti depois de mais de meia hora matutando a respeito disto.

Antes que você venha com o velho papinho “lá vem o tio nostálgico de novo”, faço questão de frisar que a constatação é real e pode ser conferida por quem tem olhos e ouvidos com um grau de funcionamento razoável: a música brasileira em geral desaprendeu a fazer letras e o público se tornou mais burro. A questão é: artistas passaram a gravar canções com letras medíocres porque os fãs emburreceram ou os fãs emburreceram porque os artistas passaram a gravar músicas com péssimas letras?
Que eu me lembre – posso estar enganado, já que a minha memória não é mais a mesma – a degringolada poética começou com a ascensão daquelas duplas sertanejas na época do governo Collor. Foi quando nomes como Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo e tantos outros perceberam que precisavam atingir um público maior nas grandes cidades e abandonaram a riquíssima poética do campo para falar de amores não correspondidos e “dores de corno” para quem morava nas capitais com uma linguagem simples e direta, sem rodeios. De lá para cá, o desastre se transformou em um tsunami de mediocridade, que atinge desde as pavorosas letras das canções de “divas de popularidade” como Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Paula Fernandes até esses grupos de pagode “xexelentos”, passando por aberrações como Luan Santana, Gusttavo Lima e seus imitadores. E isto inclui também estas bandinhas de rock indie desafinadas e que não sabem sequer afinar seus instrumentos.

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