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21 abril 2015

RENATO MAURÍCIO PRADO // O GLOBO

Renato Mauricio Prado -
Porco ou feijoada
Quem assistiu às semifinais do Carioquinha e do Campeonato Paulista pode ver a enorme diferença. Enquanto os dois jogos do outro lado da ponte aérea foram muito bons tecnicamente, os daqui deram dó. Duas peladas de luxo, salvas em parte pela emoção inerente aos jogos decisivos. A disputa de pênaltis, entre Fluminense e Botafogo, então, foi de matar do coração. E só.
A abissal desproporção entre os times de lá e de cá é pra deixar os cariocas de cabelo em pé com o que vem por aí, no Brasileirão. Ainda mais quando se olha para as equipes do Sul e de Minas, igualmente, muito superiores às da outrora Cidade Maravilhosa. Dos quatro grandes do Rio, o Botafogo é o que está mais pronto para o campeonato nacional. Porque disputará a Série B...
A coisa está muito feia. As perspectivas são sombrias.
Orelha e focinho de porco...



É claro que, isoladamente, as irregularidades acontecidas nos jogos não chegaram a ser gritantes — nem mesmo o pênalti (o oitavo no torneio) inventado na vitória do Vasco. Até porque, é fato que o Flamengo já ganhou algumas vezes do mesmo adversário graças a equívocos da arbitragem. O problema é o quadro geral da história e a coincidência de acabarem classificados para a final do Carioquinha, exatamente, os times dos maiores aliados políticos do presidente da Federação, desclassificando os de seus maiores desafetos.
Até o desenlace, houve de tudo um pouco. Trocas de mandos de campo, suspensões por críticas ao campeonato, negativas de efeitos suspensivos, quando ainda cabiam recursos das decisões tomadas, lances irregulares e por aí vai. Coincidência ou não, na maioria das vezes, sempre contra os “inimigos” de Rubinho.
A essa altura do campeonato, podia apelar para aquela velha máxima de que “à mulher de César não basta ser honesta, precisa parecer honesta” — o que decididamente, caberia bem no caso do “Me engana que eu gosto” - 2015. Prefiro, entretanto, lembrar outro dito popular: “
se tem focinho de porco, orelha de porco e pés de porco, ou é porco ou é uma feijoada”...
O amigo leitor que tire as suas próprias conclusões.

O favorito

Se a análise da final fosse feita apenas com base nos desempenhoS dos dois times, dava pra dizer agora que o Botafogo entraria como favorito para a conquista do título estadual. Afinal, ganhou a Taça Guanabara e, durante toda a competição, se mostrou muito mais regular do que o Vasco. A questão é a tal da “feijoada”... Levando-se isso em consideração, o favoritismo muda de lado.

Adeus às ilusões

Independentemente de arbitragens, suspensões e que tais, Flamengo e Fluminense tiveram, no Carioquinha, provas cabais de que seus elencos atuais são muito mais fracos do que se pensava na Gávea e nas Laranjeiras. É inegável que, arbitragens e manobras políticas à parte, se mostraram incapazes de superar Vasco e Botafogo, como seria de se esperar pela diferença de investimento em relação aos coirmãos alvinegros. Ou se reforçam ou passarão o ano todo sem ganhar bulhufas e tomando sustos de fantasmas como o do rebaixamento.
O que houve?
Candidatíssimo a craque do campeonato, até a reta final do certame, Marcelo Cirino simplesmente desapareceu nas rodadas finais. No segundo jogo contra o Vasco, praticamente, não tocou na bola. Tive dificuldades de vê-lo em campo — parecia sempre estar sempre do lado contrário ao da bola.

Colegas do Paraná me garantem que isso também acontecia com por lá, ou seja, Marcelo sumir na hora da verdade. Detalhe preocupante: ele nunca fez gols em clássicos. Nem lá, nem cá.
O tal medo de perder

E Vanderlei Luxemburgo, que tantas vezes repetiu que o medo de perder tira a vontade de vencer, mas jogou na retranca, tentando garantir a vaga com dois empates. A escalação de um meio-campo com Jonas, Luiz Antônio e Márcio Araújo, foi de lascar. Aliás, o Márcio Araújo... Que passe perfeito para armar o contra-ataque que acabou decidindo a partida, hein?



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