Porquês de nossa existência?... a saber...(SRebouças)

A esta altura da Vida, já daria para se ter uma boa idéia do porquê isto tudo que vivemos, desde a tenra idade, uma gama enorme de sentimentos passageiros ou duradouros, raivas, ódios, amores e paixões, desejos satisfeitos e outros totalmente impossíveis de atingir-se. Porquê assistimos como coisa assumida o desaparecimento de amigos e parentes e conhecidos e até desconhecidos que de algum modo disseram, em paralelo, presente em nossas vidas? E nos conformamos com isto. Encolhemos os ombros mentalmente e seguimos adiante...As fotografias antigas procuram alertar-nos, mostrar-nos o quão envelhecidos nos estamos tornando, mas as ignoramos, as escondemos ou tampamos a caixa ou o album como se dali saíssem bactérias...A ideia de que caminhamos, gerações ao lado de gerações, numa gigantesca esteira rolante invisível mas aterrorizadoramente palpável, e aqui e acolá uns e outros tombam...ás vezes gente muito mais jovem que nós, outros da nossa idade...Mas afinal, qual o verdadeiro sentido da vida? porquê uns fulguram intensamente, são conhecidos mundialmente por algo de bom (ou ruim, Hitler, por exemplo) que fizeram, deixaram legados de sabedoria e luz, e outros apenas ruminam medíocremente nos seus cercados, contando tempo para serem endereçados ao divino matadouro? porquê uns vivem um amor único e verdadeiro com a (o) mesma(o) parceira(o) toda uma existência, enquanto outros prevaricam e constituem várias famílias e fazem vários filhos que levarão uma existência desorganizada amorosa e familiarmente? e pior, fazem-nos mas não se apegam a ninguém - porquê na verdade não gostam nem de si mesmos...
A velhice é a resultante de todo este processo de permanência, até fazermos a passagem....ok. Até aí acompanhamos; mas e depois?... Que religião nos deu uma resposta séria, verdadeira, inquestionável? nem a Católica, com seus dois partidos políticos: o CÉU e o INFERNO, nos convenceu. As demais ou abanam com mil virgens, ou terrenos paradisíacos numa espécie de Nirvana, outros enveredam por entidades fantasmagóricas...num xadrez africano.
Mas ninguém explica esta forte ligação que muitos de nós temos com a Vida, com os bens que curtimos, aliás conseguidos muitas vezes às custas de sonhos sofridos...e a deterioração que começa logo depois de mortos, como naqueles shows em que mal o artista encerrou seu espetáculo e já vêm uns gajos a retirar o cenário...Este nosso corpo, que tanto trabalho nos deu para mante-lo saudável, uma vez dado por morto, começa a putrefazer-se....onde a santidade disto tudo? É uma grosseria que fazem conosco, não é atoa que os egípcios criaram aqueles processos de conservação, a mumificação. Mas de que aquilo adiantava? Quem quer saber de múmias em sua casa? - já nos bastam as vivas....Todos temos um ciclo a cumprir. Pois bem. E é bom que não saibamos nada de futuro, a não ser aquele que as xereteiras de palmas de mãos ou os futurólogos de fim de ano queiram oferecer-nos. Acreditar é outra estória...Então, o que temos a fazer é procurar ser, agir, estar em sintonia com o que acreditamos ser o bom da vida, mas sem a preocupação de ser bom para comprar uma vaguinha no Céu ou que nome lá tenha o nosso destino final...E é muito bom que mesmo vestidos de lençois e cruzando a toda hora com anjos, não deixemos de encontrar por lá amigos e inimigos, parentes e "parentes" porquê senão nossa estadia nesta terra seria uma grande e incompreensível perda de tempo. E uma grande desumanidade conosco. V. concorda que se isso não acontecesse a vacuidade de nossas vidas teria sido total?