VIVA A VELHITUDE, arfffffffff..... (SRebouças)

Estamos dando muita corda à juventude neste blog, vamos pros artritismos, as cataratas, as rugas, as impossibilidades músculo-esqueléticas, os ataques de amnésia, cadê meus óculos, idem pra dentadura, a relação de operações sofridas, das visitas da ambulância em casa, dos atendimentos 1° mundo nos postos de emergência, enfim tudo aquilo que cabe na gaveta "velhice".

Como disse uma vez um grandessissimo calhorda, envelhecer é uma glória, a coroação de uma existência, rica em sabedoria e tirocínio, uma banana pra êle, seja lá quem for.


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Mas se temos estes agravos, uns mais que outros, por outro lado há suas vantagens; por exemplo, lembra do fulano que se vestiu de mulher pra fugir da ditadura no prédio da Tribuna da Imprensa? Vai bem, obrigado, teve indenização polpuda deste governo,
o exemplo que escolhi foi infeliz. Mas dezenas de pessoas que contracenaram conosco neste palco múltiplo da Vida, já morreram. Todas claro, sem indenizações dos agravos desta vida. Acho mesmo que é uma coisa mágica: pergunta-se por fulano e a resposta: "já morreu"...sicrano? "já morreu" ...beltrano? "já morreu"...
Pombas, assim não pergunto mais. Calha eu me distrair e perguntar no espelho...
Mas há certas vantagens em ser um velho: só pra fazer água na boca destes médio- jovens e jovens:
Minha geração e outras em torno assistiram, viveram, desfrutaram, apreciaram, testemunharam acontecimentos únicos, momentos inesquecíveis, gente do cinema e teatro e show business que se tornaram lendas e clássicos, políticos em todo o mundo que mereceram esta denominação, artesãos que trabalhavam com amor e com as mãos hábeis, havia idealismo e dedicação, respeito aos seres humanos....
Claro que houveram duas guerras mundiais, sendo a Segunda fruto de uma má condução do processo de paz da primeira (os alemães foram derrotados e humilhados) o que possibilitou o surgimento de um sujeito que, filho de um judeu motorista com uma patroa rica, sempre teve este recalque e ódio dentro de si. que somando a sua megalomania, juntou uma gama de outros monstros a seu lado e fundou o que seria o nazismo.


Mas somos dos tempos dos grandes bailes em que a duplas dançavam agarradinhas, romantismo à beça, orquestras inigualáveis, músicas cujos ritmos possibilitavam isto...


Não havia esta criminalidade dos dias atuais, esta perda de valores humanos, esta roubalheira sem-vergonha e o povo com cada vez menos saúde, segurança e instrução.


Não somos destes tempos de computadores, informática e digitalização pra todo o lado, os votos de uma eleição neste Brasil enorme levavam dias para serem apurados.


Assistimos à inauguração da TV-TUPI do Chateaubriand,  que fez coisas incríveis, a sede da TV sendo em S.Paulo, a primeira da América do Sul. Como, minha senhora? se o filé à Chateaubriand era invençao dele? Não, assim como gatunagem não tem nada a ver com gatos...A inauguração foi às 18 horas com um cenário como se fosse uma aléia de castelo, luz por traz, e cantava a Ave Maria uma cantora que agora me escapa o nome, mas era a favorita do Chefão...
Naquele tempo a TV era puro improviso atrás de improviso, era a porta que o sujeito furibundo saía mas a porta não abria, era a porta que batia e voltava a se abrir, até lembro de uma passagem muito divertida: o cenário era simples, a Renata Fronzi (Wikipedia por favor) de princesa etíope, um crioulão segurando um abanador de plumas ao pé dela, langorosamente recostada de lado, e tocava uma música oriental. De súbito, do decote da pobre Renata começa a nascer um seio, vai saindo, vai saindo e fica de fora. Horror! Naqueles tempos!
Corte rápido, estação fora do ar e punição de suspensão de 7 dias, para a TV.
Doutra vez foi o irrequieto Costinha a quem perguntaram : "V. já comeu maracujá?"
Resposta com aquele ar lambido: "MARÁ... NÂO..." Suspensão de 15 dias do comediante.


Somos do tempo que o futebol era jogado com camisas orgulhosamente envergadas, havia o amor à camisa e à bandeira, mas em compensação a grande maioria  morria doente, pobre e no abandono, poucos faziam um grande pé de meia, ao passo que hoje os jogadores jovens são melhor orientados e aplicam seu dinheiro. Verdade que outros jogam, bebem, fumam, fazem bacanais, agridem suas mulheres ou matam. Tornam-se de ídolos a desprezados pelos clubes mas não se tocam...e vão caindo cada vez mais.

Eu agora vou ter de parar esta conversa, (mas vem aí muito mais, esperem.) pois a babá está chamando pro meu  mingau.