Já andei muito de bonde nesta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Lembro-me que logo depois do espaço reservado ao condutor, havia sempre um painel publicitário, ou das Casas Mattos com várias figuras brejeiras ou a de um xarope, com a clássica figura de um homem amordaçado e a frase: “larga-me! deixa-me tossir!”. A figura do cobrador me fascinava: o homem, de uniforme também azul marinho, um equilibrista, suado, passando por detrás das pessoas que viajavam nos estribos, cobrando das que viajavam sentadas ou em pé dependuradas... fazendo o troco, puxando aquela cordinha que tilintava marcando cada passagem...
O ruído das rodas nos trilhos, as curvas para um lado e outro, o tinir da campainha – era outra cordinha - que os passageiros acionavam para avisar que desejavam saltar, o tagarelar das pessoas a bordo...Eram tempos mais descontraídos, mais alegres, não havia estas hordas de pivetes, não havia esta vigilância ferrenha de bolsas e pacotes.
Conviviam, os bondes, com os ônibus e os carros da época – nem eram tantos e de tantas marcas assim – num trânsito em geral fluente e calmo. Havia, em cada acesso aos bancos, do lado aberto e do fechado, cortinas plásticas transparentes de enrolar, para o caso de chuvas. Eu gostava muito de viajar neles à noite, iam mais vazios, o transito fluía ainda melhor, as distâncias ficavam mais curtas.
Ai! Que saudades dos velhos bondes...
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