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09 maio 2011

Belíssimo depoimento de uma filha sobre saudades e Mãe



Eu costumava afirmar que não era uma pessoa saudosista. Parece que terei que me desmentir. Talvez, até pelo teor dos meus textos, eu já tivesse dado muitas pistas sobre a minha real natureza. Outra possibilidade seria eu estar, dia a dia, tornando-me uma pessoa saudosista.


Nos últimos tempos tenho sentido muitas saudades. Saudades de pessoas, de épocas, de animais de estimação, saudades até de mim mesma. Não tenho exatamente um único motivo para isso e penso que talvez seja reflexo do tempo que vai passando. Dia desses, eu conversava com uma pessoa que me disse estar com o mesmo sentimento, com a sensação de que não somente o tempo está passando rápido demais, como não sabemos aproveitá-lo.


Tenho, eu também, a estranha e desesperadora sensação de que alguém apertou um botão de acelerar o tempo. É como se a cada piscar de olhos, eu já estivesse em outro dia, outra semana, outro mês, outro ano e até outra vida, porque as pessoas que me cercam não são mais as mesmas, porque eu não sou mais a mesma...

Costumo brincar com alguns amigos e familiares que não vou morrer antes do 90 anos, por simples teimosia. A idéia sempre me pareceu boa, mas, às vezes, á começo a ter medo de viver demais. Não sei se quero ficar por aqui quando as pessoas que eu amo forem embora. Se já sinto tantas saudades com muitos deles por aqui, não sei se serei capaz de viver de outra forma.

Ando pensando tanto nas minhas avós, nos almoços que fazíamos quando todos nos reuníamos aos domingos. Eram almoços simples, com comida simples, mas com muita conversa, risada e brincadeiras. Hoje, não somente muitos se foram, mas outros tantos seguiram caminhos diferentes, mudaram-se de cidade, como eu mesma acabei fazendo. Sinto uma saudade imensa daquilo que não posso mais ver e das pessoas que não posso mais amar, exceto em meu coração.

Ando longe demais das pessoas que amam, daquelas cuja saudade futura eu não quero ter parte. Nesse dia das mães, não estarei com minha mãe. Embora nos falemos quase todos os dias ao telefone, eu não estarei perto dela. Esse tempo, eu sei, é irrecuperável.


Assim, gostaria que minha mãe, Elizabeth, soubesse o quanto eu a amo, por hoje, por ontem e por todo o sempre. Qualquer mulher pode ter um filho, mas nem todas sabem ser mães. A minha, é a melhor do mundo, como cada mãe amada é para os seus filhos e filhos. Tenho certeza de que nunca terei repetido isso vezes suficientes...
Nesse dia das mães, que aliás é todos dos dias, pela saudade que sinto da minha mãe e das minhas avós, essas já em outro plano, presto minhas mais profundas homenagens a todas as mães do mundo. Como eu já escrevi um dia, mãe é uma dádiva tão especial, que até Cristo, quando veio a esse mundo, quis conhecer alegria igual...


CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo

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