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05 agosto 2012

DO BLOG TEMPO CONTADO DEDICANDO ESTE LINDO DE PROFUNDIS A UM AMIGO QUE PARTIU.

Gerrit Komrij (1944-2012)

Assisti hoje a uma cerimónia fúnebre em que se disseram sobre o defunto, carinhosas e sentidas palavras. Não das superficiais, das do preceito que aos mortos só se devem elogios, mas palavras sinceras de amizade e admiração, comemorando este um momento festivo, citando outro um dito memorável, um poema.
Tocou-se, coisa rara, bela música medieval. Incomum foi também ouvir os risos provocados pela lembrança de uma cena hílare, e que ali se lhe prestasse homenagem com longo aplauso e ovação de pé.
Lá onde está deve ter apreciado, pois era rebelde e iconoclasta, poeta de raro talento, crítico acerbo de gregos e troianos, justamente temido pelo veneno das setas que disparava e raro falhavam o alvo.
Durante um pouco mais de quatro anos foi sincera e íntima a nossa amizade. Depois cortei eu o laço. Dias atrás, recebi, chocado, a nova da sua morte. E hoje, na despedida, com pena recordei, não apenas a sua, mas as amizades que ao longo da vida se perdem e deixam um vazio.

4 comentários:

  1. Olá, Sérgio:
    "Amizades que se perdem e deixam um vazio." Deve ser verdade! É! Quando a amizade é verdadeira! Neste caso, nunca temos muito amigos. É quase impossível! Eu garanto-te que amo o mundo no sentido universal, mas, amigos, contam-se pelos dedos!
    Vazio, sim, fica!
    Há pessoas que, quando partem, deixam um vazio enorme!
    Depois há aquela coisa de só nos apercebermos do seu valor quando já não os temos. Tenham eles partido, seja de que maneira for. Ou nós, através do silêncio que vamos criando à nossa volta, em consequência do nosso afastamento.
    Por exemplo, na net, é muito fácil arranjar amigos. É "queridinha para a direita e boa noite e bom dia para a esquerda." Não sou disso! Nem tenho jeito para essas pieguices. Acho, que, no fundo, felizmente há excepções, o que as pessoas procuram é ter um caso. Só que deviam ser mais claras. É evidente que não estou a falar de ti! É por isso que me farto de toda a gente que conheço, até daqueles e daquelas que já encontrei pessoalmente. Não fica nada. Eu sei que o defeito é meu. Não sou de andar em casa desta e daquela. Claro que me estou a referir mais às mulheres. Formam-se grupinhos que se encontram " n" vezes, já participei em alguns. No fim, tirando um ou outro caso, pouco ficou. Regressamos sempre às nossas raízes. Quem não ama aqueles com que convive diariamente, como pode amar quem não conhece? E mesmo conhecendo e olhando, olhos nos olhos, falta sempre alguma coisa. Lá dizia Antoine de Saint Exúpery:" Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. É isso, Sérgio! É nesse contexto que eu insiro a tua postagem. Só aí é que fica o vazio, depois da partida! Quando "perdemos" tempo com essas pessoas. É isso que cria laços!
    Isto não significa que não se possam ter bons amigos na net. Há possibilidades disso! Há, sim! E tu sabes!
    Abraços
    Quero aprofundar aquela coisa do mensalão.
    Isabel

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  2. Sérgio, fiquei a pensar no que escrevi. Quero ser justa e não dar margem a interpretações erradas. Quando me referi aos " casos", esqueci-me de te dizer que o Anãozinho também não pertence a esse grupo. E isto porque podes achar estranho a ausência das minhas postagens no blog dele. Não tem nada a ver! Eu sou não vou lá, decidi parar, porque acho que tenho exagerado. Eu sou mesmo assim. Tudo quando digo, sinto-o e é aquilo que, no momento, acho que devo dizer. Simplesmente , há um limite e eu acho que o ultrapassei. Como ele não se manifesta, é complicado para mim. Cria-se um certo desconforto.
    Pronto, já esclareci!
    Beijinhos
    Isabel

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  3. Não te esqueças Isabel que George Sanders e Tchaikovsky mantiveram uma longa correspondência por cartas - não havia a web e seus espíritos verdadeiramente se amaram.E nunca se encontraram.Abraços MGbites

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  4. Claro que acredito! Não é assim que as pessoas dizem que amam a Deus, em espírito e verdade? Eu acredito nisso!
    Só que há uma coisa: as pessoas fazem filmes. Muitas vezes, não amam verdadeiramente as pessoas como elas são, amam, sim, a ideia que fazem delas. Amam ideias, mas não amam as pessoas! Quem sou eu? Ou quem és tu? Seremos a ideia que fazemos um do outro, terá isso algum fundo de verdade? Partindo do princípio de que essa premissa pode estar certa, poderemos dizer que somos o que os outros pensam que somos mais mais aquilo que somos e que nem nós próprios sabemos? Se colocarmos as coisas na questão espiritual, claro que houve um clic entre ti e mim. Isso está fora de questão! Mas, já estou como diz a Crista, tua amiga, se não houver feedback acaba-se a espiritualidade!

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