Já venho desde o princípio do mundo
E colho num olhar a lua turva.
Os braços das árvores já não chegam para me abraçar
E a noite traz com ela a antiga bruma.
Já adormeci espiando raízes
Já adormeci espiando raízes
E a nítida frouxidão das pedras nuas.
Conhecem-me os muros férteis de heras e de musgos
Mas estiram-me a alma para longe daqui.
Eu sei que já vivi o destino das roseiras bravas
Eu sei que já vivi o destino das roseiras bravas
E os caminhos por onde escorria o mel das flores.
Já fui a sombra de Deus antes da noite e do dia
E agora sou o pó que cobre as cerejas maduras.
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Ela era a força e o descanso por cima da terra.
Ela era a flor e braço descaído por cima dela
Era a noite
E o azul do céu sem rugas nem mistérios.
Ainda há-se se verdade a prece
E o enrolar nela os olhos da serpente.
Ainda há-de ser verdade o sono dela.
Até lá, será Cloé, toda ela, uma linha sinuosa
A percorrer floreiras de pedra em muros velhos
Descaída
Da cor do trigo,
Enfeitada com flores de aboboreira
No dorso de Ápis.
09-12-2011
Isabel Vieira
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Ela era a força e o descanso por cima da terra.
Ela era a flor e braço descaído por cima dela
Era a noite
E o azul do céu sem rugas nem mistérios.
Ainda há-se se verdade a prece
E o enrolar nela os olhos da serpente.
Ainda há-de ser verdade o sono dela.
Até lá, será Cloé, toda ela, uma linha sinuosa
A percorrer floreiras de pedra em muros velhos
Descaída
Da cor do trigo,
Enfeitada com flores de aboboreira
No dorso de Ápis.
09-12-2011
Isabel Vieira
Sabes uma coisa, Sérgio?
ResponderExcluirGosto muito de ti!