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10 agosto 2012

MAIS UMA LINDA POESIA DA ISABEL VIEIRA, LÁ DA TERRINHA...



Já venho desde o princípio do mundo

E colho num olhar a lua turva.


Os braços das árvores já não chegam para me abraçar
E a noite traz com ela a antiga bruma.

Já adormeci espiando raízes
E a nítida frouxidão das pedras nuas.
Conhecem-me os muros férteis de heras e de musgos
Mas estiram-me a alma para longe daqui.

Eu sei que já vivi o destino das roseiras bravas 
E os caminhos por onde escorria o mel das flores.
Já fui a sombra de Deus antes da noite e do dia
E agora sou o pó que cobre as cerejas maduras.

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Ela era a força e o descanso por cima da terra.


Ela era a flor e braço descaído por cima dela


Era a noite


E o azul do céu sem rugas nem mistérios.


Ainda há-se se verdade a prece 

E o enrolar nela os olhos da serpente.


Ainda há-de ser verdade o sono dela.

Até lá, será Cloé, toda ela, uma linha sinuosa


A percorrer floreiras de pedra em muros velhos


Descaída


Da cor do trigo,


Enfeitada com flores de aboboreira 

No dorso de Ápis. 


09-12-2011
Isabel Vieira

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