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20 novembro 2012

Para Cardozo, país deve parar de 'jogar sujeira debaixo do tapete'



Para Cardozo, país deve parar de 'jogar sujeira debaixo do tapete'


DA AGÊNCIA BRASIL
Ao defender hoje ações conjuntas entre os Poderes para melhorar o sistema carcerário no país, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o Brasil precisa deixar de "jogar a sujeira para debaixo do tapete" e enfrentar os problemas nas prisões.
O ministro fez as declarações ao chegar à Câmara dos Deputados para participar de uma audiência pública. Segundo Cardozo, o problema carcerário "é uma questão histórica, que vem de décadas. Infelizmente, o ato de colocar sujeira para debaixo do tapete vai resolvendo [a questão] no cotidiano, mas acumula a sujeira e um dia ela aparece, estamos vivendo esse problema agora. Ou enfrentamos esse problema ou o problema continuará provocando violência e problemas reais para toda a sociedade".
O ministro ainda defendeu que a separação de presos por grau de periculosidade poderia desarticular as organizações criminosas que atuam dentro dos presídios brasileiros. "Não podemos ter no sistema carcerário uma escola de criminalidade. Temos que ter um sistema que recupere e não amplie a potencialidade criminosa".
"Os chefes do crime organizado têm que ir para presídios de segurança máxima, têm que ficar isolados. Aquelas pessoas que têm pequeno potencial ofensivo devem ou seguir um caminho de penas que não sejam restritivas de liberdade ou, se forem restritivas de liberdade, [devem ser] colocadas em estabelecimentos que não as transformem em marginais organizados. Essa questão é de fundamental importância", frisou Cardozo.
O ministro ressaltou que o problema nos presídios do país é grave e emergencial e que precisa ser enfrentado conjuntamente por todas as esferas de poder.
"Se tentarmos tapar o sol com a peneira não vamos resolver nada no Brasil. É necessário colocar o problema à luz. Isso não tem nada a ver com aquele caso ou com aquele julgamento. Essa é uma realidade que está posta nestes dias. E é necessário que nós, como governo federal, governos estaduais, magistrados e Legislativo, assumamos o nosso papel e a nossa responsabilidade. É isso que defendemos e sustentamos. Chamando a coletividade para a ação", completou.
Segundo ele, o governo federal tem feito a sua parte e, no ano passado, abriu 7.000 vagas em presídios e haverá capacidade para mais 17 mil detentos em unidades que ainda serão construídas. Até 2014, acrescentou, devem ser entregues mais 40 mil vagas.
"Estamos fazendo um esforço hercúleo, mas é muito importante que não tentemos empurrar a responsabilidade para o outro. Esse é um problema que tem que ser enfrentado em conjunto. A violência que vivemos na sociedade brasileira, tristemente, quando decorrente de organizações criminosas, passa pelo problema prisional", disse o ministro.

Um comentário:

  1. Sérgio, já aqui deixei o meu testemunho sobre o que penso das prisões. Claro que estou a ser muito utópica. A sociedade não funciona assim e para grandes males tem que haver grandes remédios. Uma coisa é certa. Seja quem for que esteja preso, é uma pessoa!
    Depois, há que ver o problema financeiro. Eu até achei muito interessante este texto e concordo com muito do que aqui está escrito. Sim, os presos, já que têm que ser coibidos no uso da liberdade, então que se façam as coisas de acordo com a gravidade de quem as pratica. Misturar presos de alto risco com prisioneiros de pequenos delitos é um erro crasso! Mas, lá está! E dinheiro para as infra-estruturas? Eu penso que a plicação da justiça, isto é, a forma como ela é aplicada, define a grandeza ou a pequenez de um país. De qualquer das maneiras, continuo a ser adepta da reabilitação através de trabalhos comunitários. E, claro, isto mexe com todo o seistema. Tudo teria que mudar, quer ao nível de recursos humanos, quer ao nível de recursos materiais. Mas, acho que valia a pena apostar nisto.

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