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27 setembro 2006

Escadas abaixo, escadas em vão (SRebouças)


Escadas que hei percorrido degraus acima e degraus abaixo...
Lembranças reencontradas de um princípio de vida profissional
Quantas vezes parei a apreciar tua serena construção,
onde a cruz de malta nos dava o norte e o sul das misérias humanas...
Mas tantos anos se passaram e tudo - ou quase tudo mudou...
A Casa, que era uma grande aldeia médica, hoje
é uma imensa máquina de faturar. Onde a piedade e a entrega,
onde aquele calor humano, onde as figuras médicas dignas de meu passado ali?...
Hoje, transformado numa espécie de HAL, a máquina infernal de Odisséia no Espaço,
os computadores estendem seus braços impessoais pelos quartos,
pelos CTIs, pelas UTIs, pelas enfermarias, pelos quatro cantos da Casa,
e envolvem na sua frieza o próprio coração de seus médicos e enfermeiras.
Todos temos a tendência de achar que o passado foi melhor que o presente;
mas aqui, eu confesso, dispo-me de qualquer lembrança relativa àqueles anos
que vivi naquela Casa e me entrego
a uma saudável amnésia seletiva. Nunca mais!...

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