
Dedos manchados, dentes manchados, mas por sorte ao longo desta carreira de fumante que começou com 19 anos, pulmões perfeitos...então onde o problema? É fumar...que tal?
Mas um dia uma operação, cirurgia por video para extirpação de uma vesícula biliar, que deveria ser banal, veio acompanhada de um infarto do miocardio...Se eu morri? não, admirável e solidária amiga loura, senão não estaria cá a escrever estas linhas...O cardiologista me receitou 12 remédios e ao cabo findou com esta pérola:
"este aqui é o Isordil, se tiveres dor coloca um comprimido embaixo da lingua e espera 15 minutos...se não passar põe outro, me telefona e segue para o hospital..."
Quer dizer, eu estava tão ruim assim? Um quase inválido? Para todo o lugar que eu ia certamente comigo uma garrafinha dágua, o isordil e 1 copo, o cartão do professor e o celular (que em Portugal é telemóvel...).
A minha depressão, que sempre existiu em dose mínima, tornou-se cavalar.... a ponto de ter eu de procurar um psiquiatra. Meu irmão, fumante chaminé, pendurou-se nas bulas daqueles remédios e achou numerosas indicações de que vários deles podiam causar ou agravar um estado depressivo...O psiquiatra e um outro cardiologista, este dos bons, reduziram a tal lista, me deram um ansiolítico (sulpan) e um antidepressivo (lexapro) e é com eles que eu vou levando. O antidepressivo leva 2-3 meses para atingir o efeito desejado, daí o ansiolítico ser necessário.Mais interessante de tudo foi a minha aceitação da retirada da nicotina do meu organismo: GENTE, ESTOU CONVENCIDO DE QUE A COISA MAIS DEVASTADORA É O ASPECTO PSICOLÓGICO DA RETIRADA, DA PROIBIÇÃO. A droga protesta, se lamenta, implora, só umzinho, igual ao álcool...que que tem? Não caiam nessa!Das duas uma; ou v. banca o macho, toma uma atitude, ou um dia algo acontece a te impelir obrigatóriamente a não mais fumar. Você vai escolher VIVER.
Ainda bem que consertaste a tempo...eu iria puxar-te as orelhas e elas voltariam à antiga...
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