Julgas que te vou carregar o fardo sempre?
Julgas que suarei e labutarei sempre?
Julgas que te darei as minhas pernas e o meu sangue?
Como os pássaros do ar! Como as bestas da terra!
Julgas que irei sempre quando chamares?
Julgas que irei sempre quando chamares?
Julgas que saltarei sempre quando gritares?
Julgas que vergarei sempre o pescoço?
Como uma besta no estábulo!
Com um anel no focinho!
Julgas que combaterei nas tuas guerras sempre?
Julgas que combaterei nas tuas guerras sempre?
Julgas que te darei o meu ar sempre?
Julgas que marcharei para ser morto sempre?
Como os palhaços na tua corte!
Como os exércitos da morte!
Crescerá erva nos campos de batalha
Crescerá erva nos campos de batalha
A ferrugem corroerá os mísseis e radares
No sítio das torres de vigia crescerão árvores
As prisões e quartéis desaparecerão pelo fogo
Não preciso da tua piedade ou de temer os teus punhos fechados
A minha ira erguer-se-á como o sol nascente
Num mundo vazio, onde ninguém velará
E só o vento uivará junto da tua pira funerária
Tradução: Pedro, do Bitaites
Como diz o próprio Edward Bond:" Você é um morto,estou morto,vivemos em uma sociedade dos mortos,e não numa sociedade pós-moderna,mas sim, numa sociedade póstuma".
ResponderExcluirGostei da tradução do poema"Julgas"
abraços