Quando, ainda no Paraíso, Adão escarafunchava os dedos dos pés, Eva, que já trazia a fatídica maçã na mão, assim prenunciando a invenção da cozinha industrial, ( aliás hoje um serviço a “preços de banana”), reparou que o parceiro tinha o solado dos pés de uma grossura extraordinária e exclamou:
- Homessa! Patola, hein?..
Adão, que ainda não dispunha das cotonetes J&J, e porisso estava meio surdo entendeu “sapato” e passou a chamar seus pés de sapatos.
Hoje a crosta que se forma sob os pés, própria do muito caminhar, foi se tornando cada vez mais difícil de ser encontrada, pelo conforto dos transportes de toda a sorte, sendo muito mais comum no nosso vasto interior. Principalmente depois da Bolsa Passeio.
Um primo do sapato muito próximo é a ferradura, dos nossos irmãos quadrúpedes.
Embora criada pelos homens, a ferradura é um sapato que, ao longo dos séculos, manteve seu tamanho e forma originais.
De fato, uma vez que o potrinho e seus primos andam descalços, porque não chegou a hora de pegar no batente, não foi cogitada a ferradurinha da Mônica, da Melissa, da Grendene....
Outra prima-irmã dos sapatos é a chuteira.
Ao contrário da ferradura, a chuteira é outro acessório usado apenas pelo bicho homem para praticar o futebol. E em muitos casos, o seu uso dá-nos a sensação de que o homem está de ferraduras.
O coice deve ser o produto final mais comum da ferradura, e da chuteira, quando aplicado pelo homem. Mas é claro que as mulheres, quando querem ou não conseguem controlar uma situação, apelam para os mesmos coices, não é mesmo?
Mas os sapatos, ah! os sapatos, tão imutáveis através os séculos...quis o destino que eu agora fosse conhecer a suprema obra prima entre tantos modelos: o sapato com que fui agraciado por um amigo que é dono de uma firma de alimentação industrial em Nictheroy, cujo lema é ”Intoxicação Alimentar Industrial Levada A Sério”...
Branco, número 41, de borracha ou plástico, não distingui ainda. Estou indeciso. Não me lembro, em mais de trinta e cinco anos de hospital público, de ter me deparado com algo assim. Dá para transportar água, gasolina, leite, álcool e até cachaça. Serve como “cachepot” para nele colocarmos vasos de plantas. Serve de aquário, de açucareiro, de saboneteira, de porta grampos ou jóias, preservativos... é um verdadeiro bombril !
Ah!....estes presentes de sapatos, verdadeiros pontapés, ou mesmo coices que a gente recebe no caminho de volta !...
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