Casagrande revela gratidão a Galvão e relembra: 'queria acabar com minha vida'
Do UOL Esporte
Em São Paulo
O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande viveu um drama pessoal intenso, que acabou sendo revelado a público em 2007, quando após uma batida de carro ele foi internado em uma clínica de reabilitação para curar o vício nas drogas. Hoje recuperado e confirmado no time da Rede Globo para a transmissão da Copa América, Casão falou à revista Placar sobre sua fase obscura e revelou um sentimento de gratidão eterno ao narrador Galvão Bueno.
The Doors é a banda da minha vida. Ajudou a me derrubar, mas eu gosto pra c... Eu queria ser destrutivo como o (vocalista) Jim MorrisonCasagrande explicou na conversa seu problema com as drogas e afirmou que ele é mais profundo, relacionado à aposentadoria dos gramados. “A euforia (de marcar gols e conquistar títulos) fica dentro do jogador para sempre. Eu tentei tapar esse vazio e me ferrei”, afirmou ele. “Eu tinha um mecanismo de autodestruição, queria acabar com a minha vida. Quando estava sozinho, me achava um bosta. Me afundei, quase morri.”
A entrada na clínica de reabilitação sequer foi um desejo do ex-craque. Segundo Casagrande, quando ele abriu os olhos após o acidente, já estava internado. “Meus problemas emocionais eram tão graves, que só as drogas me saciavam. Eu sempre queria mais”, completou, à revista.
Recuperado, Casagrande retornou à TV há dois anos, aparecendo primeiramente no programa Arena, do SporTV, à época apresentado por Cléber Machado. O episódio ficou marcado como um renascimento após largar o vício.
Apesar de se considerar mais respeitado na Globo após sua luta, o comentarista revelou que teve uma ajuda fundamental de Galvão Bueno para se manter nas transmissões, principalmente na viagem à Copa do Mundo da África do Sul, em 2010.
“O Galvão sempre brigou lá na Globo quando eles tinham dúvidas se eu poderia ir para a Copa de 2010, se estaria bem. E o Galvão disse: ‘Tem que ir, vai ser bom para ele estar lá, do nosso lado’”, contou Casagrande. “
"Ele foi uma das pessoas que mais me ajudaram após meu problema e pode contar comigo para o resto da vida.”
A confirmação de sua ida à Copa América, este ano, é uma vitória e o sucesso em seus três objetivos para este ano: renovar seu contrato, ir à competição e comprar um novo apartamento.
Casagrande também contou como foi seu início com as drogas, ainda jovem. “Desde novo eu usava. Na época em que jogava, com 18, 19 anos, eu fumava só um baseadinho. Nem bebia. Saía com o Magrão (Sócrates) e, enquanto ele tomava cerveja, eu bebia refrigerante. Meu uso de droga problemático, doentio, veio bem depois, não envolvia ninguém. Eu me isolava. Me tornei insuportável para mim mesmo”, explicou.
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