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03 agosto 2012

AUDREY HEPBURN por uma poetisa, ISABEL VIEIRA, um belo retrato





Curvilíneas, excelsas, pintadas em frisos ou em taças de vidro.
Braços, pernas, busto, a preguiça dos amantes em afrodisíacos delírios.
Rosas, cúpulas e abóbadas onde escorrem fluidos.

Esperas, encontros, nudez e efervescência do ar que se respira.
Ventres e sexos que se contraem em espasmos explosivos da lua
Noites, dias, camas abertas e lençóis de alabastro puro.

Cabelos de espigas, ondulantes, átrios descobertos.
Dorsos de gazelas, prazeres de corridas loucas e vadias 
Desmando, frenesim e ardência das cópulas 
Onde os sexos frementes explodem em corais de marés vazias.

28-11-2011
Isabel Vieira

9 comentários:

  1. Meu Deus! Eu não acredito!

    Eu não sou petisa! Eu só escrevo o que sinto! Eu não sei se isto é poesia! Eu sinto as coisas. É só isso!
    Abraços
    Isabel

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  2. Olha, só como eu escrevi poetisa! Caramba!

    Gosto tanto desta música de fundo!

    Vou pesquisando o resto!
    Sabes uma coisa? O que eu sinto e o que escrevo é como estar a ouvir este sons! Sai tudo da mesma maneira!
    É tudo feito da mesma essência! Porque te admiras?
    Abraços
    Isabel

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  3. Eu me admiro,até me extasio
    de achar na internet outros suspiros, outras vírgulas, outros corações, outros vasos comunicantes, num mundo onde as pessoas têm muita pressa mal lêem e escrever? jamais.
    Gostei de ti à primeira teclada isabel.

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  4. http://casadacogra.blogspot.com.br/2012/08/audrey-hepburn-por-uma-poetisa-isabel.html#comments

    Eis ahi o Mix Pod com as músicas que te encantam...uma sugestão apenas.

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  5. Agora, sim, já descobri que és poeta! Não por aquilo que dizes de mim, mas pela forma como te expressas!
    Até estou sem jeito! Eu nunca sei de mim e vens tu e dizes-me que gostaste de mim, logo à primeira teclada. Eu gosto do que me disseste e fico feliz. É verdade! Eu que raramente uso esta palavra e que, muito menos, a procuro! Tento fazer o que gosto. Será isso procurar a felicidade? Se é, então, eu, ainda que inconscientemente, procuro-a.
    Gosto muito de ler! Também gosto dos pontos, das vírgulas e dos vasos comunicantes de que aqui falas. Eu acho que isso está em tudo o que nos rodeia. Um dia, perdi uma tarde só para observar as pessoas, o que elas fazem, como se movimentam, etc. E olho para as coisas e nunca nada me parece igual! Nem as pedras da calçada. Vão ficando cada vez mais gastas! Gastas e redondas como os olhos dos pombos! São, de facto, outras vírgulas, outros pontos, outros suspiros, que valem a pena ser escutados!
    Obrigada!
    Não sei dizer-te mais nada!

    Abraços e mais abraços!
    Isabel

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  6. Olha, Olho Vivo, eu tenho aqui uma coisa para ti. Já escrevi em Março, mas ninguém leu ainda. Serás tu a 1ª pessoa.

    No piso molhado

    Se apenas bastasse um assento numa mala e nem uma paragem existisse. Se apenas bastasse a linha das árvores e um pavimento molhado. Se ninguém se importasse de ficar à chuva e se contentasse com o brilho da calçada… Se o comboio passasse e parasse fora da estação. Se cada passageiro fosse o suficiente para equacionar destinos… O maquinista do comboio só tinha que estar atento aos bancos feitos de malas e de chapéus-de-chuva abertos. Cada pessoa corresponderia a um mundo tão grande como o próprio mundo e, por isso, seria transportado de boa vontade, apesar das muitas paragens que, provavelmente, se distribuiriam por todas as linhas e por todos os espaços, mesmo em terra firme, sem passeios molhados.
    Uma vez, no comboio, cada pessoa olharia, se quisesse, o mundo a correr lá fora e sentiria um vago sentimento com sabor a sol. O mesmo sol com que se guardaram os objectos dentro das malas. O mesmo sol que, quando não existe mais nada, é a nossa única bagagem.
    Os comboios sempre me fascinaram, tal com os carris tortuosos. As pedras cheias de óleo e com aquele cheiro intenso, misturado com o bafo que sopra da terra.
    Sempre me atraíram os chapéus-de chuva e os assentos feitos de coisas paradas. Tão paradas que até apetece abaná-las para ver se respiram o mesmo ar que nós.
    Às vezes, causa-me angústia o silêncio das coisas. Outras vezes, são de uma tranquilidade que se espelha, desconchavando a chuva e retalhando-se em pavios de cera, no chão molhado.
    Gostava de estar sentada à chuva à espera que o comboio passasse. Longe da estação onde as pessoas se atropelam e se tornam tão insípidas com os bancos frios e húmidos ao longo das carruagens. Só havia de gostar da humidade que me entrasse nos pés enquanto esperava. Havia de gostar que os dedos dos meus pés fizessem chape-chape, dentro dos meus sapatos molhados. E eu ignorando cada momento, debruçar-me-ia, alheia de tudo, no parapeito de uma janela imaginária.
    Era aí que a minha viagem começava… O comboio seria apenas o serpentear da minha vida, a correr e a baloiçar, de um lado para o outro, como roupa no estendal.
    Era só isto! O comboio estaria sempre no mesmo lugar!
    17-03-2012
    Isabel Vieira

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  7. ESTA TUA MANEIRA SEMI-DESENCANTADA NO TROTE DE UMA NARRATIVA TAMBÉM SEMPRE OTIMISTA, TRAZENDO NA BOLSA, NO CHAPÉU E NO OLHAR CRIVOS DE ANOTAR VIDAS E VIVÊNCIAS...E EU É QUE SOU POETA? EU PEDIRIA A TUA ANUÊNCIA PARA PUBLICAR NA CASADACOGRA ESTA COISA LINDA, O PISO MOLHADO.
    MUITOS ABRAÇOS, GENTE AMIGA.

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  8. Olá, Olho Vivo

    Tudo bem! Podes publicar! Eu também gosto, mas estava com receio de te "intoxicar" com as minhas coisas. Eu tenho sempre medo de ser inconveniente e de cansar os outros. E depois também não sei se o que faço merece alguma referência especial. Não estou a dizer isto por falsa modéstia. Eu não sou nada disso! Muito pelo contrário. Só que, na escrita, anda por aí um mar de escritores e poetas"baratos" e eu não quero nada disso para mim. A única bitola que me rege é o que sinto quando escrevo. Aquela sensação quase orgásmica. De resto, não sei mais nada.É por isso que não falo nem divulgo! Calhou tu passares pelo blog do anãozinho misterioso, mas de quem eu gosto muito.
    Abraços, mais de mil
    Isabel

    P.S. ontem estive a responder a e-mails com as tuas músicas de fundo! Só que, prefiro ouvi-las sem fazer mais nada.

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  9. Vou de férias, Sérgio, e só volto em Setembro. Fica bem e até sempre!
    Abraços
    Isabel

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