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16 agosto 2007

Janeiro, águas, nove SRebouças 1970


Perdoa-me esta imagem um pouco exagerada,
mas à semelhança da água, assim te vejo, e nada
mais igual que a água, em minha mágoa,
onde a alegria efêmera, hesitante, sobrenada,
ao te ver ou ouvir ou tocar sempre lembrada,
eis que a lágrima nada mais é que água.
À semelhança da água, a cuja superfície sobrenada
uma alegria efêmera, hesitante, meio mágoa,
sem te ver, ouvir, tocar, eis-te lembrada,
e compreendo que a lágrima nada mais é que água.
És água, rio, cachoeira, manancial, onde se afaga
o sonho de um afogamento nos braços teus...
nascente que as grandes tormentas ou abalos não apagam,
vertendo sempre, alimentando sempre os sonhos meus.
São as águas sempre caprichosas e brejeiras,
voluptuosas, sobranceiras, altaneiras,
mas podem ser fios dificeis de acompanhar
ou mesmo redondas lágrimas a se formar...
mas não importa, são águas - cálidas, ferventes, geladas,
temperaturas que experimenta toda a gente
apaixonada
e que constata, afinal,
que a lágrima nada mais é e só que água!

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