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07 maio 2015

RICARDO NOBLAT // O GLOBO

Sim, não, talvez, quem sabe?


Ricardo Noblat
É dura a vida de porta-voz do governo. De qualquer governo. Mas de alguns em particular. Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social, disse ontem a um grupo de jornalistas que o PT, Lula e a presidente Dilma não são necessariamente a mesma coisa. Foi a propósito do panelaço que recepcionou o programa do PT no rádio e na televisão. E da crítica de Lula ao projeto de terceirização. Do ponto de vista do trabalho e da atuação, cada um tem seu espaço de trabalho e sua agenda. Misturar no cotidiano essas três instituições (PT, Lula e governo) seria um erro. Imagine se um porta-voz do PT tivesse dito algo parecido por ocasião do pronunciamento de Dilma no rádio e na televisão, também recepcionado por um ruidoso panelaço em março último. Perguntaram a Edinho sobre a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC da Bengala), que estendeu para 75 anos a data limite de aposentadoria de ministros de tribunais superiores. Isso não teria subtraído poderes a Dilma? Afinal, ela deixará de indicar cerca de 15 ministros – entre eles, cinco para o Supremo Tribunal Federal. Edinho respondeu que não. A PEC da Bengala é algo que teria a ver apenas com o Legislativo e o Judiciário.
É dura a vida de porta-voz do governo.

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