a se perderem
na esteira sofrida de meu lento despertar:
despertar amargo de uma verdade lentamente assimilada,
como um pesadelo travestido em realidade.
Sou, vivo, respiro, penso-me agora incólume,
mas não resisto
a examinar, com olhos que me contemplam de fora
como a um estranho que eu fosse,
esta figura, patéticamente mista de consternação
e self-control;
eu sou aquele que se propõe caminhar em frente,
mas não sabe sequer onde passa a estrada...
eu sou aquele que infla o tórax e escancara a boca,
pronto a desferir terrível brado de ira e aviso,
mas emite apenas um ganido de dor e mágoa.
Eu sou aquele que abraça, afaga e beija, fagocita e idolatra,
para descobrir depois que é um ator solitário
numa mímica vazia....
Eu sou aquele que acredita, confia
e se incorpora na figura amada,
para descobrir depois que equilibrara entre os dedos
uma bolha, apenas uma bolha de ilusão....
Do nada eu vim, ao nada retornarei um dia:
mas, como me doi ainda a ideia de ter vivido
ao longo destes quatro meses,
imerso e cego, na fantasia do nada!
E não seria possível avisar-me quando há "posts" novos? Fiquei um tempinho sem vir e agora fiquei esmagada :) (no bom sentido)
ResponderExcluirGostei muito de tudo o que li.
Um beijinho e boa semana.